A partir de 986, a costa oeste da Groenlândia passou a ser colonizada por islandeses e noruegueses, com um contingente de 14 barcos liderados por Erik o Vermelho. Eles fundaram três colônias – conhecidas como Colônia do Leste, Colônia do Oeste e a Colônia do Meio – em fiordes próximos da ponta mais ao sul da Groenlândia.
(Reconstrução de casa viking nórdica no sul da Groenlândia)
Eles dividiram a ilha com a última cultura Dorset, cujos habitantes ocupavam as partes a norte e oeste, e mais tarde com a cultura Thule, que entrou pelo norte. Os groenlandeses nórdicos se submeteram ao comando norueguês no século 13 sob o Império Norueguês. Mais tarde o Reino da Noruega entrou em uma união pessoal com a Dinamarca em 1380, e a partir de 1397 foi parte da União de Kalmar.
(Estátua em homenagem a Leifur Eiríksson, filho de Erik o Vermelho, que descobriu a América no ano 1000, saindo da Groenlândia)
O recrutamento de outras pessoas feito por Erik o Vermelho para colonizar a Groenlândia tem sido caracterizado recentemente como um golpe de terras, o golpe (e o nome) dizendo que a Groenlândia possuía melhores terras para fazendas do que a Islândia.
(Reconstrução da colônia nórdica de Brattahlíð, no sul da Groenlândia)
As colônias nórdicas, tais como Brattahlíð, perduraram por séculos mas desapareceram em algum momento do século 15, talvez com a chegada da chamada Pequena Era do Gelo. Sem contar algumas inscrições rúnicas, nenhum item ou historiografia sobreviveu das colônias nórdicas. As sagas medievais norueguesas e trabalhos históricos mencionam a economia da Groenlândia assim bem como os bispos de Gardar e a coleta do dízimo. Um capítulo no Konungs skuggsjá (O Espelho do Rei) descreve as exportações e importações nórdicas da Groenlândia, assim bem como o cultivo de grãos.
(Pedra de runas Kingittorsuaq, da Ilha Kingittorsuaq, datada da Idade Média)
Os contos da vida na Groenlândia nas sagas islandesas foram compostos no século 13 e depois, e não constituem fontes primárias para a história do início da Groenlândia Nórdica. O entendimento moderno, desse modo, depende mais de dados físicos dos sítios arqueológicos. Interpretações do núcleo de gelo e dados de conchas sugerem que entre os anos 800 e 1300, as regiões em torno dos fiordes do sul da Groenlândia tinham um clima relativamente ameno, a temperatura sendo muitos graus mais alta do que a normal no Atlântico Norte, com árvores e plantas herbáceas crescendo, e gado sendo criado. A cevada foi cultivada até o paralelo 70ºN. O que é verídico é que o núcleo do gelo indica que a Groenlândia teve mudanças drásticas de temperatura muitas vezes nos últimos 100 mil anos. Similarmente, o Livro das Colonizações da Islândia descreve fome durante os invernos, nos quais “os velhos e os desenganados eram mortos e jogados dos penhascos”.
(O original Livro das Colonizações da Islândia, ou Landnámabók Íslands, que descreve a vida dos colonos na Groenlândia)
Essas colônias islandesas desapareceram nos séculos 14 e 15. O abandono da Colônia do Oeste coincide com uma diminuição da temperatura no verão e inverno. Um estudo da variabilidade sazonal da temperatura no Atlântico Norte durante a Pequena Era do Gelo mostrou uma queda significante nas temperaturas máximas de verão, começando no final do século 13 até o início do século 14 – até 6ºC a 8ºC mais baixas do que as temperaturas modernas atuais. O estudo também descobriu que as temperaturas mais baixas dos últimos 2 mil anos ocorreram no final do século 14 e início do século 15. A Colônia do Leste foi provavelmente abandonada no início até metade do século 15, durante esse período frio.
(A Igreja Hvalsey – fundada no século 12 – é uma das ruínas mais bem preservadas da colonização viking na Groenlândia)
Teorias feitas a partir de escavações arqueológicas em Herjolfsnes nos anos 1920 sugerem que a condição dos ossos humanos desse período indicam que a população nórdica estava desnutrida, talvez devido à erosão do solo resultado da destruição da vegetação natural pelos nórdicos para fazer fazendas, cortar turfa e madeira. A desnutrição pode também ter resultado em mortes em massa devido à peste pandêmica; o declínio das temperaturas durante a Pequena Era do Gelo; e conflitos armados com os Skrælings (palavra nórdica para Inuit). Em 1379, os Inuit atacaram a Colônia do Leste, matando 18 homens e capturando dois meninos e uma mulher. Estudos arqueológicos recentes de alguma forma questionam que a colonização nórdica teve um efeito negativo dramático no ambiente e vegetação.